A aguarela com que pintei a tua vida não tinha cor, desculpa.
Nem uma palavra me disse, preferiu escrever-me uma frase e deixá-la ao pé do espelho. Cobarde. Ele, que queria boleia para a vida de toda a gente menos para a dele, deixava-me assim quase sem “ai nem ui”.
O que mais me incomodava era que para alcançar o que queria, tinha sempre que me cruzar com ele sem ainda ter percebido bem porquê.
Esmaguei todas as minhas vontades contra a parede, puxei o colarinho aos meus medos e enrolei-me em todos os ramos que tinha e baralhei uns quantos.
A única coisa que desejava não encontrar eram respostas. Comecei a lutar contra isso todos os dias da minha curta existência , até que fiz sombra à sua arte e nem assim descobri o que pretendia esconder.
Cobarde.
é um texto sobre ti? és tu a cobarde?
não. será que és tu?